segunda-feira, 18 de julho de 2011

Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe

Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe

O dia 25 de julho é um marco na história das mulheres negras. Este dia foi instituído em 1992 na República Dominicana, quando mulheres negras de mais de 70 países se reuniram para discutir estratégias de enfrentamento a opressão de gênero, étnico racial e seus desdobramentos, como o racismo, o sexismo e as demais desigualdades raciais e sociais.

Foi um momento histórico e importante que temos que comemorar, afinal avançamos em muitas conquistas, no entanto o Relatório das Desigualdades de Gênero - Mulheres, Poder e Decisão, nos lembra que 19 (dezenove) anos depois de instituído este dia no Brasil, as mulheres negras continuam sendo as mais prejudicadas pela desigualdade de uma sociedade dita democrática.

 Os avanços são muito lentos, analisemos os dados abaixo:    
- mulheres negras têm menor acesso aos exames ginecológicos preventivos: 37,5% nunca fizeram exame de mama (mulheres brancas 22,9%), 40,9% nunca fizeram mamografia (mulheres brancas 26,4%), 15,5% jamais fizeram o Papanicolau (mulheres brancas 13,2%);

- mães de crianças negras têm maior probabilidade de falecer por mortalidade materna. Morrem por dia cerca de 2,6 mulheres afrodescendentes por causas maternas (mulheres brancas, 1,5 por dia);

- mães de crianças negras têm menor acesso ao exame pré-natal, somente 42,6% fizeram mais de sete exames (mulheres brancas 71%), as mulheres negras também sofrem com atendimento discriminatório no sistema de saúde, mostrando a existência do racismo institucional. 


As mulheres negras continuam sendo desrespeitadas em relação aos seus direitos básicos de viver com dignidade. A constituição de 1988 garante igualdade de direitos, mas infelizmente temos o desprazer de continuar sendo as maiores vítimas da falta de políticas públicas que atendam as nossas necessidades básicas.

Estamos ausentes nas políticas de saúde, ausentes nas políticas de educação, ausentes nas políticas de emprego e renda, ausentes nos espaços de representação da política. Com certeza precisamos nos organizar e discutir soluções para todos os problemas que nos aflige, caso contrário continuaremos  conjugando o verbo da indignação, e este sozinho não vai resolver nossas questões urgentes.  


Nós estaremos no dia 22 de julho comemorando este momento no Seminário de Políticas de Creches, que temos certeza trará benefícios concretos, como mais oportunidades de empoderamento e autonomia para mulheres da periferia de Salvador.


A todas as mulheres negras desejamos um dia de alegria e comemoração, mas também um dia de muita reflexão, discussão e planejamento para que possamos lutar por nossos direitos de forma efetiva e alcançar a verdadeira igualdade e democracia racial.  

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Reunião Itinerante!!

 Prezad@s Amig@s, 






A Rede de Mulheres da Bahia pelo Fortalecimento do Controle Social das Políticas Públicas realiza reunião itinerante neste sábado 16/07 apartir das 9 horas, nos bairros de Fazenda Grande do Retiro, Calafate, Lobato, Plataforma, Pirajá, Valeria, São Tomé de Paripe, Paripe, Periperi e Uruguai, com objetivo de divulgar o Seminário de Politicas de Creche e garantir a participação de pais e mães usuários de creches comunitárias e públicas!

Reunião Initerante
Data: Sábado 16/07 apartir das 9 horas
Local: Fazenda Grande do Retiro, Calafate, Lobato, Plataforma, Pirajá, Valeria, São Tomé de Paripe, Paripe, Periperi e Uruguai


Você também pode ajudar e participar!



Maiores informações:
Tel88832810 ou 88030340
E-mail: rededemulheresdabahia@gmail.com


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Programação Seminário de Políticas de Creche

Querid@s Militant@s do Bem,  






Após muito trabalho e dedicação, é com muita satisfação que convidamos todas vocês a participar do Seminário de Políticas de Creche na Cidade de Salvador.  Será um prazer poder compartilhar problemas, idéias e soluções para melhorar a vida de mulheres e crianças da periferia. 

# Programação #


Data:  22 de julho e 13 de agosto de 2011
Horário: 8h as 17h
Local: Faculdade Dom Pedro II

Sexta-feira - 22 de julho de 2011


8h as 8h30 Café da manha
8h as 9h30 Credenciamento e entrega das pastas.


9h30  as 10h45  -  Mesa de  Abertura
  • Representante da Rede Mulheres pelo Fortalecimento do Controle Social.
  • Representante do Movimento de Mulheres
  • Presidenta do CMM
  • Superintendente de Políticas para mulheres de Salvador
  • Representante da Secretaria de  Educação do Município


10h45  as 12h Diálogo entre a mesa e a Plenária.


12h as 13: 30h Almoço


13h30 as 14h30 Diagnóstico quantitativo e qualitativo das creches públicas e comunitárias de Salvador
  •      Demanda de usuários de creches
  •      Estrutura física e recursos materiais das creches
  •      Demanda de diretores, professores e funcionários


14h30  as 15h30    O Papel Social das Creches Comunitárias
                            Financiamento Público das Creches Comunitárias


15h30 as 17h  Discussão dos dados e levantamento de problemas em pequenos grupos e apresentação na plenária .


Encerramento

Sexta feira – 13  de agosto  de 2011

8h as 8h30 Café da manha


8h30  as 10h  Uma abordagem sobre os Princípios e Praticas Pedagógicas nas Creches.
  •       Qualificação Profissional dos Professores
  •       Metodologia  Pedagógica e Diversidade na Creche
  •       Participação da Família: O papel de mães e pais na educação infantil
10h as 11h Financiamento da Educação Infantil
  •      Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
  •      Proinfância - Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a Rede Escolar Pública de Educação Infantil

11h as 12h Diálogo entre a mesa e a Plenária

12h as 13h30 Almoço  

13h30 as 16h Discussão dos dados e levantamento de problemas em pequenos grupos e apresentação na plenária

16h as 17h   Intervenções da plenária e propostas para serem integradas ao documento final do Seminário

Encerramento

sexta-feira, 1 de julho de 2011

SALVE, SALVE O DOIS DE JULHO!! 


Mais um ano em que comemoramos o 2 de julho, data que sem dúvida alguma é um marco na história de luta da nossa gente.

A Cabloca, o Cabloco, os verdadeiros brasileiros, Maria Felipa, mulher negra de beleza e coragem, heróis e heroínas da luta pela Independência da Bahia,  personagens que fizeram daquele momento um ato histórico. Nós mulheres negras e de periferia precisamos fazer um elo de ligação entre o objetivo daquela luta que teve a participação ativa das mulheres e o atual quadro em que vivemos.

Qual a autonomia que temos? Qual a verdadeira independencia que foi construída? Qual o compromisso das diversas esferas do governo com a luta das mulheres, por uma vida livre das diversas formas de violência física, social, econômica e política?

Temos sim que participar das homenagens aos nossos heróis e heroínas, porém não podemos esquecer que os índices de violência contra nós mulheres da periferia continuam altos, somos nós que mais morremos vítimas da violência doméstica, dos abortos ilegais, da falta de assistência no pré-natal e no parto. 

São nossos filhos que ficam órfãos, quando a falta de investimento público nega a proteção e a assistência garantida na Constituição; são nossos filhos que continuam a ser protagonistas de uma educação de baixa qualidade; são nossas crianças que tornam-se adultos precocemente, pois tem a sua infância usurpada por uma gestão social superficial onde muitos prometem e poucos levam a sério a equidade social.

Queremos aqui relembrar as CARETAS DO MINGAUhistória das mulheres saubarenses que utilizaram sua criatividade e inteligência, durante a luta pela independência da Bahia para contribuir no enfrentamento aos portugueses. Durante as guerrilhas da independência as mulheres fingiam-se de assombrações e saíam em grupo pelas madrugadas fazendo muito barulho e apavorando os portugueses. No caminho deixavam alimentos em locais previamente combinados, para alimentar seus maridos, filhos e pais, retornando à vila antes do amanhecer. Elas foram vitoriosas, e de lá prá cá a luta continua incessante, não mais contra os portugueses, mas contra a desigualdade e a falta de seriedade nas questões que nos aflige. 

ESTRATÉGIA DO MINGAU, utilizada por aquelas mulheres pode ser vista hoje em várias ações de nós mulheres negras e de periferia, para criar, alimentar educar nossos filhos e filhas praticamente sozinhas. Na maioria das vezes ficamos a margem das discussões comunitárias, sociais e políticas, acreditando que atribuindo à alguém o direito de nos representar nos espaços de discussão irá nos trazer melhores condições de vida. Grande engano nosso! 

A maioria dos nossos representantes esquecem facilmente os problemas da periferia e voltam-se para as articulações que tem como objetivo principal mantê-los no poder. Cabe a nós reverter esta situação e exigir que a democracia representativa, respeite o espaço da democracia participativa. Temos que  monitorar e acompanhar a definição e implementação das políticas públicas, este é um desafio que precisamos enfrentar se quisermos ser vitoriosas como foram as diversas mulheres da nossa história de luta.

 Dentre muitas lutas queremos neste momento destacar uma delas, a luta para que todas as nossas crianças tenham o seu direito a um desenvolvimento pleno devidamente respeitado. A existência de creches é o ponto inicial para a verdadeira igualdade e justiça. Temos creches para todas as nossas crianças? Se não, queremos saber por que não temos?

Somos todas parte da nossa luta e da nossa vitória! 
Junte-se a nós e participe! 


Inscrições no Seminario de Políticas de Creche
E-mail: rededemulheresdabahia@gmail.com

PELO FORTALECIMENTO DO CONTROLE SOCIAL E NO ACOMPANHAMENTO DAS POLITICAS PUBLICAS.

ODARA LIMAGOJE