Querid@s companheir@s,
Nós mulheres da Rede de Mulheres para o Controle Social das Políticas Públicas, nos reunimos para discutir os passos estratégicos para o monitoramento das políticas públicas em benefício das mulheres negras e da periferia do estado da Bahia.
Nós tivemos uma conversa franca e honesta sobre o propósito do nosso movimento. Discutimos qual seria o papel de mais uma Rede que se forma para discutir os problemas que afetam as mulheres negras e da periferia e de como poderíamos contribuir para uma mudança real.
Algumas de nós, já há algum tempo nesta militância, sentimos que avançamos muito na elaboração dos planos e políticas públicas, porém estamos muito aquém de realmente executar o que se está no papel, sentimos que estamos paradas, pois, após tantos anos de discussões, seminários, congressos e documentos, ainda não vivenciamos uma mudança real na vida das mulheres pobres de periferia que realmente necessitam de uma política social efetiva.
Após um longo diálogo sobre o que já foi feito e o que se precisa fazer, conseguimos identificar quatro passos que achamos são cruciais para a real implementação das políticas públicas existentes:
1. Precisamos aceitar a importância da política em nossas vidas, exercer a nossa cidadania e reconhecer todo o poder político de uma sociedade unida em prol do coletivo.
2. Precisamos participar e monitorar o trabalho dos nossos representantes, afinal, somos nós as maiores interessadas em saber como e de que forma os funcionários eleitos por nós, para governar nosso país estão gerenciando nosso dinheiro e nossas riquezas.
3. Precisamos comunicar, claramente e constantemente, aos nossos representantes as nossas necessidades e demandas, afinal, foi para atender às nossas necessidades que eles foram eleitos.
4. Precisamos de união para que possamos em uma só voz ecoar a voz firme e confiante da cidadania feminina e negra.
As palavras nunca conseguirão expressar e representar o poder de um povo unido em favor de uma causa comum. Certa vez um grande ativista negro fez o seguinte comentário “o poder de um povo unido tem um efeito maior do que o de uma bomba atômica”. Nesta ocasião a bomba atômica a qual Dr. Carlos Moore se referia era a união do povo excluído, em favelas e periferias, da participação social e política do Brasil.
Daí vem a pergunta– Como nos unir de verdade embora já estejamos juntos em um mesmo movimento a favor de melhores condições de vida de um todo coletivo de pessoas que vivem em favelas e nas periferias?
Será que nós ,povos colonizados de forma separatista herdamos algum tipo de desunião cultural?
Esta pode ser a opinião de algumas pessoas, mas o fato é que há muito não somos povos colonizados e há muito tempo já falamos a mesma língua. Já avançamos muito e precisamos superar qualquer diferença em prol do bem estar comum do nosso povo.
A Rede é de todas nós, somos todas gerentes deste movimento, sugiram mudanças, participem do nosso blog, comuniquem a existência de outras Redes e movimentos, critiquem construtivamente, tragam as suas idéias e inquietações e juntem-se a nós.
Esta é mais uma oportunidade, das que já tivemos e de muitas que certamente virão, de mostrar que estamos ativas, atuantes, unidas e articuladas!
Um grande abraço a tod@s e uma ótima semana!!
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