segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mulheres Negras e da Periferia de Olho na Política

Qual será o resultado da articulação, mistério ou qualquer outro nome que possa ser dado ao modo como a Política Racial e de Gênero vêm sendo tratada pelo Governo Estadual da Bahia?

A política racial, dada a sua magnitude e complexidade, tornou-se um desafio devido aos limites impostos pela estrutura da Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade. Desta forma, apesar de ter desenvolvido um trabalho com uma visibilidade nunca antes observada aqui na Bahia, a política racial teve pouca expressão no estado e precisa de um maior investimento e seqüência para que não se perca tudo o que já foi construído com o dinheiro público.

Com relação à política para as mulheres, a Bahia teve um avanço mais significativo, não querendo dizer com isso que tudo está adequado e perfeito, mas é publico e notório que avançamos, sobretudo na direção do interior do estado onde a discussão tinha pouca penetração. Nos dias de hoje os municípios se mobilizam em torno da questão da política para as mulheres realizando diversas atividades o ano inteiro. Será que este avanço vai parar?

Nós mulheres estamos estupefatas, inquietas e indignadas com o tratamento dado às duas questões. Será que a demora para se definir o destino da SEPROMI é devido à análise profunda da questão que resultará em uma ampliação das duas políticas ou é coisa de mulher e de negro sendo tratada pelo atual governo como assunto de pouca importância?

A presente situação urge solução e unidade dos representantes da população negra que estão presentes na discussão sobre o futuro desta Secretaria e precisam compartilhar claramente que decisões estão sendo discutidas; como também urge a participação da população negra ausente da discussão do alto escalão e dos espaços de poder.  

Sem mais, queremos esclarecer que somos um grupo de mulheres negras e de periferia, cansadas de ver as nossas questões serem tratadas como assunto de menor importância. Nós torcemos pelo sucesso do governo, e estamos cientes e atentas a este processo democrático buscando exercer o controle social das políticas que interferem nas nossas vidas e na vida dos nossos filhos e filhas.

Enfim vamos aguardar que a questão se resolva em prol do respeito e da vida da população negra e das mulheres deste estado. 

Odara Limagê
    

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