segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Violência Sócio-Política? 30 de Janeiro foi o Dia da Não-Violência!!


De modo suave, você pode sacudir o mundo.
Mahatma Gandhi


A ONU proclamou o dia 30 de janeiro como o dia da não-violência em homenagem a Mohandas K. Gandhi cujo assassinato ocorreu nessa data, em1948. Esta homenagem é uma iniciativa que tem como objetivo dar maior visibilidade a educação para a paz, a solidariedade e o respeito pelos direitos humanos.

A violência se materializa de diversas formas, ela pode ser física ou psicológia, infantil ou doméstica, urbana ou moral. A violência também pode materializar-se em formas organizadas como o crime organizado, a guerra ou o terrorismo. Além disso, a violência incorpora a dimensão institucional ao materializar-se em violência interpessoal e violência social, que compreende ações de humilhação, discriminação, violação de direitos e omissão.

Por exemplo, quando crianças pobres, negras, brancas e indígenas são forçadas a prostituir-se elas estão  sendo vítimas de uma violência física e sexual, mas primeiramentes são vítimas de uma violência sócio-política através da omisão política da sociedade e da violação de seus direitos básicos à alimentação, saúde e educação pelo Estado.

Desta forma, quando nos omitimos e aceitamos a violência social como um elemento natural do processo de socialização, estamos deixando de tratar essas meninas como sujeitos de direitos para serem coisas destituídas de humanidade e passíveis de todo tipo de violência.

Como podemos combater a Violência Sócio-Política?

O Estado cada vez mais nos exclui da condição de cidadãos e verdadeiros gestores dos serviços e instituições públicas. Cada um de nós além de termos o direito de usufruir de um serviço público eficiente temos todo o direito de influenciar o seu controle e funcionamento. Não podemos aceitar ser tratados somente como clientes e beneficiários quando por direito somos também agentes gestores desses serviços.

Assim, ao negar este lugar de clientela e passarmos a gestores, nos tornaremos verdadeiros agentes da cidadania, aprimorando a nossa participação direta na definição do orçamento de Políticas Públicas e no monitoramento da execução dessas políticas através dos Conselhos e Conferências deixando de aceitar passivamente a violência sócio-política e nos tornando agentes pacificadores sociais.   

Atualmente vivemos em uma sociedade onde existe uma carência de princípios humanitários e solidários. Pessoas mais pobres, idosos, crianças e mulheres, tornam-se muito vulneráveis e vivem em um ambiente que se caracteriza pela violência social gratuita. São muito frequentes os crimes banais, passionais, as discrimições raciais e socias, e as ações criminosas que são praticadas de forma quase que institucional contra estes grupos sociais.

Enquanto não nos tornamos agentes de cidadania, continuaremos omissos à ação violenta do Estado contra as categorais sociais mais vulneráveis, seremos protagonistas dos crimes de colarinho branco, e continuaremos de forma consciente ou não, a criar crianças e adolescentes socialmente violentos. Vivemos um ciclo de omissão política e violência social que só mudará através da massiva participação e controle social.   

Precisamos da unificação da sociedade civil e de um projeto de futuro capaz de mobilizar desde as gerações mais jovens ás gerações mais maduras. Precisamos de projetos eficazes para educar crianças, afastar os jovens da deliquência juvenil e das drogas, empoderar economicamente adultos e promover a valorizaçao da família e dos direitos coletivos.

Temos que nos inspirar em Gandhi e acreditar no nosso potencial de união social e mudança pacificadora para uma sociedade mais saúdavel, sustentável e não-violenta.

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