segunda-feira, 6 de junho de 2011

As Mulheres e as Políticas Públicas

Prezad@s Amig@s e Companheir@s,

A situação de pobreza e de doença em que vivem muitas mulheres do nosso país, principalmente as mulheres negras e de periferia, é muito grave e contribui para a saúde social de tod@s nós. Cada um de nós somos de alguma forma responsáveis por esta situação. A única forma de transformar esta realidade é através da participação de tod@s. Podemos sim junt@s lutar pela igualdade de direitos e justiça social. 

A Rede de Mulheres está organizando Seminários e Encontros com o objetivo de fazer a diferença na vida de muitas mulheres! Junte-se ao movimento de mulheres do seu bairro ou da sua cidade. Reflita, participe e contribua da forma que puder para mudar esta realidade.

Leia um relato da situação da mulher no Brasil e no mundo e as políticas públicas! Vamos refletir, participar e contribuir da forma que pudermos para mudar esta realidade.

Axé a tod@s!!  

As Mulheres e as Políticas Públicas

A história da humanidade é marcada pela eliminação simbólica e/ou física do outro. Os processos de negação do “outro” na maioria das vezes ocorrem no plano das representações e do imaginário social, uma dessas representações no imaginário social, está a suposta inferiorização feminina diante da suposta superioridade masculina.

Infelizmente, ainda impera em nossa sociedade a feminização da pobreza, as mulheres representam cerca de 70% da população pobre do mundo e se ocupam das chamadas profissões precárias, são elas também que possuem maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Muitas mulheres têm o direito à saúde negado ou violado, seja pelas dificuldades de acesso a esses serviços, ou a baixa qualidade de atenção que lhes é oferecida, como por  exemplo, o diagnóstico tardio, e o tratamento inexistente ou inadequado.

No Brasil independente da região onde se vive o risco de morte por homicídios é maior na população negra; o risco de uma mulher grávida morrer em conseqüências de causas maternas é de 2,5 a 8 vezes maior se comparado aos riscos apresentados por um país rico/desenvolvido. No Brasil, o perfil das mulheres que são acometidas pela morte materna, são jovens negras, com pouca escolaridade, oriundas de bairros periféricos. 

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica, morreram em Salvador em 2009, 802 mulheres, sendo que os bairros de Cajazeiras, Distrito Cabula /Beiru, Liberdade Periperi, apresentaram os maiores índices de óbito. As mulheres também estão mais vulneráveis a violência; apesar dos mecanismos e leis criados no combate a violência contra a mulher, o enfrentamento a esta violência é ainda incipiente e muito se tem a fazer, pois segundo dados colhidos em fevereiro de 2011; 7,2 milhões de mulheres foram espancadas e a cada 2 minutos 5 mulheres sofrem esse mesmo tipo de violência.

Apesar do aumento da participação da mulher no mercado de trabalho nos últimos 10 anos, elas continuam ganhando em média menos 30% que os homens, é importante ressaltar que atualmente 79% das mulheres no Brasil sustentam suas famílias, na Bahia esses lares chegam a mais de 60%.

Ainda nos falta falar da discriminação espacial que afeta diretamente a mulher e sua família, e resulta na má qualidade de vida das mais pobres, estas mulheres convivem com uma total falta de estrutura (locais de difícil acesso, transporte precário, saneamento deficiente, falta de escolas e creches etc.). Segundo dados de estudos recentes, mais de 70% dos jovens que cumprem pena em casas de acolhimento, estão envolvidos com o consumo e/ou distribuição de drogas e bebidas alcoólicas. As drogas e o álcool são responsáveis pela desagregação e morte dos jovens, em sua maioria negra e tem forte impacto na evasão escolar.

A falta de políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres e sua família, ou a falta de implantação das políticas públicas já definidas é a razão de uma luta sem trégua que os movimentos de mulheres travam em todo país.

Janete Suzart- Historiadora, militante, coordenadora da executiva estadual e nacional do Fórum Nacional de Mulheres Negras.

Bibliografia: VIEP/ Salvador - 2009

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