sexta-feira, 1 de julho de 2011

SALVE, SALVE O DOIS DE JULHO!! 


Mais um ano em que comemoramos o 2 de julho, data que sem dúvida alguma é um marco na história de luta da nossa gente.

A Cabloca, o Cabloco, os verdadeiros brasileiros, Maria Felipa, mulher negra de beleza e coragem, heróis e heroínas da luta pela Independência da Bahia,  personagens que fizeram daquele momento um ato histórico. Nós mulheres negras e de periferia precisamos fazer um elo de ligação entre o objetivo daquela luta que teve a participação ativa das mulheres e o atual quadro em que vivemos.

Qual a autonomia que temos? Qual a verdadeira independencia que foi construída? Qual o compromisso das diversas esferas do governo com a luta das mulheres, por uma vida livre das diversas formas de violência física, social, econômica e política?

Temos sim que participar das homenagens aos nossos heróis e heroínas, porém não podemos esquecer que os índices de violência contra nós mulheres da periferia continuam altos, somos nós que mais morremos vítimas da violência doméstica, dos abortos ilegais, da falta de assistência no pré-natal e no parto. 

São nossos filhos que ficam órfãos, quando a falta de investimento público nega a proteção e a assistência garantida na Constituição; são nossos filhos que continuam a ser protagonistas de uma educação de baixa qualidade; são nossas crianças que tornam-se adultos precocemente, pois tem a sua infância usurpada por uma gestão social superficial onde muitos prometem e poucos levam a sério a equidade social.

Queremos aqui relembrar as CARETAS DO MINGAUhistória das mulheres saubarenses que utilizaram sua criatividade e inteligência, durante a luta pela independência da Bahia para contribuir no enfrentamento aos portugueses. Durante as guerrilhas da independência as mulheres fingiam-se de assombrações e saíam em grupo pelas madrugadas fazendo muito barulho e apavorando os portugueses. No caminho deixavam alimentos em locais previamente combinados, para alimentar seus maridos, filhos e pais, retornando à vila antes do amanhecer. Elas foram vitoriosas, e de lá prá cá a luta continua incessante, não mais contra os portugueses, mas contra a desigualdade e a falta de seriedade nas questões que nos aflige. 

ESTRATÉGIA DO MINGAU, utilizada por aquelas mulheres pode ser vista hoje em várias ações de nós mulheres negras e de periferia, para criar, alimentar educar nossos filhos e filhas praticamente sozinhas. Na maioria das vezes ficamos a margem das discussões comunitárias, sociais e políticas, acreditando que atribuindo à alguém o direito de nos representar nos espaços de discussão irá nos trazer melhores condições de vida. Grande engano nosso! 

A maioria dos nossos representantes esquecem facilmente os problemas da periferia e voltam-se para as articulações que tem como objetivo principal mantê-los no poder. Cabe a nós reverter esta situação e exigir que a democracia representativa, respeite o espaço da democracia participativa. Temos que  monitorar e acompanhar a definição e implementação das políticas públicas, este é um desafio que precisamos enfrentar se quisermos ser vitoriosas como foram as diversas mulheres da nossa história de luta.

 Dentre muitas lutas queremos neste momento destacar uma delas, a luta para que todas as nossas crianças tenham o seu direito a um desenvolvimento pleno devidamente respeitado. A existência de creches é o ponto inicial para a verdadeira igualdade e justiça. Temos creches para todas as nossas crianças? Se não, queremos saber por que não temos?

Somos todas parte da nossa luta e da nossa vitória! 
Junte-se a nós e participe! 


Inscrições no Seminario de Políticas de Creche
E-mail: rededemulheresdabahia@gmail.com

PELO FORTALECIMENTO DO CONTROLE SOCIAL E NO ACOMPANHAMENTO DAS POLITICAS PUBLICAS.

ODARA LIMAGOJE
     

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